O filme experimental "A Última Imagem" aborda o potencial performático da circulação contemporânea de imagens com o auxílio das ferramentas da Produção Virtual. Câmeras físicas e virtuais, rastreadores e chromakey, miniaturas e adereços, luz e som, projeções e composição em tempo real são os elementos condutores da obra. Este projeto expande a bidimensionalidade de uma máquina de ilusão cinematográfica para uma multiplicidade de pontos de vista, conectando um palco físico com cenografias digitais por meio de infraestruturas de jogos e streaming. Concebido pela dband – coletivo de narrativas espaciais e coreografia audiovisual –, "A Última Imagem" encontra-se conceitualmente em um diálogo indireto com Mark Fisher, além de reescrever a história de uma personagem que, em seu papel de detetive particular, persegue a ideia personificada de um capitalista sinistro em um mundo futuro utópico.

No formato de uma exposição interativa – cinema expandido – "A Última Imagem" é constantemente reconstruída pelos visitantes em tempo real durante o processo de visualização. Canais de vídeo sincronizados traduzem uma sessão de filmagem "encenada" em uma experiência cinematográfica interativa. Neste caso, os espectadores assumem um papel semelhante ao de "operadores de streaming", pois são estimulados a assumir o controle da alternância entre diferentes fontes.
Assim, "A Última Imagem" visa testar o filme de médio formato e recalibrar seu papel no contexto da produção de imagem contemporânea, explorando seu potencial performático: como as imagens podem ser produzidas hoje? Como elas estão sendo recebidas e consumidas? Qual é a função do cinema digital hoje em dia? E como olhamos uns para os outros e para o mundo ao nosso redor?