Instalação que conta histórias de um hemisfério forjado com sangue, suor e sacrifício. Ao longo de 10 anos, o cineasta Thiago Dezan cruzou as Américas registrando sintomas de uma sociedade em colapso que, apesar de culturalmente diferente, sofre os mesmos flagelos de norte a sul.

Ao longo de 10 anos (2013 - 2023), o documentarista Thiago Dezan cruzou as Américas registrando sintomas de uma sociedade em colapso que, apesar de culturalmente diferente, sofre os mesmos flagelos de norte a sul. A instalação é composta por 10 telas (televisores ou projeções), exibindo simultaneamente 10 vídeos em loop. A primeira tela é uma introdução, na qual se lê o título da obra e as palavras "Isto não é um filme", ​​"tudo o que você está prestes a ver é real", "nada foi encenado", seguidas de imagens registradas pelo autor durante uma homenagem à sua falecida amiga e fotógrafa, Valda Nogueira.
As 9 telas seguintes são nomeadas de Vida I a IX, cada uma com uma história de luta, tragédia, resiliência. À medida que o espectador caminha pela instalação, o áudio e as linguagens das histórias se misturam, a experiência é sensorial e imersiva. Cada loop de vídeo, cada "Vida", tem uma duração diferente; cada vez que os vídeos se repetem, a interação entre as "Vidas" é diferente.
Cada espectador vivencia a instalação à sua maneira. Todos os vídeos em preto e branco foram convertidos para VHS e posteriormente digitalizados, criando uma uniformidade visual entre todas as "Vidas". A instalação é uma cápsula de memória, de homenagem, de honra, não de memória individual ou temporal, mas da memória coletiva do que foi, é e será.
A memória do tempo, infelizmente, é um presente contínuo. "Nine Lives Cat" poderia ser um altar, uma vela, uma lágrima, uma flor, mas decide ser uma criatura que a princípio nos maravilha e depois nos fascina. Contra todas as odes, ela viaja pela noite eterna, porque por teimosia ou audácia ela permanece viva.